sábado, 11 de agosto de 2012

Christiane F.

Aos 13 anos ela era junkie e prostituta. Passava suas tardes alternando entre fétidos banheiros públicos e o entorno da Estação Zoo (Bahnhof Zoologischer Garten) de Berlim, sempre às voltas com colheres e seringas. Aos 14, era fumante inveterada, capaz de acabar com um maço em duas ou três horas. Aos 15, em 1978, conheceu Horst Rieck, um jornalista que fazia uma pesquisa sobre os problemas da juventude alemã, que quis entrevistá-la. Este momento está descrito mais detalhadamente no post Christiane na Bahnhof Zoo.

Acusada de usar heroína desde os 13 anos e de se prostituir para manter o vício, ela estava depondo num tribunal de Berlim e aceitou conceder a entrevista. Rieck ficou tão impressionado que, junto com o também jornalista Kai Hermann, escreveu no mesmo ano um livro sobre a jovem, com o título original "Wir Kinder vom Banhof Zoo". Foi lançado no Brasil em 1982, como "Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída..."

O mundo percebeu então que o estereótipo de drogado marginal e violento pode falhar. Christiane Vera Felscherinow era uma menina frágil, bonita, tinha amigos, frequentava a escola e fazia lição de casa. Até se viciar em heroína e começar a se prostituir nas ruas de Berlim em troca de alguns marcos para sustentar o vício.

"Sem me dar conta, eu me dividi em duas. Duas pessoas absolutamente diferentes. Escrevia cartas a mim mesma. Mais precisamente Christiane escrevia para a Vera. Vera é o meu segundo nome. Christiane era a menina de 13 anos que queria ir à casa da avó, a menina comportada; Vera, a drogada."

Mais tarde, em 1981, o diretor Uli Edel viria a rodar um filme baseado na vida de Christiane F., o que marcou de vez seu nome na cultura pop, fazendo com que, mesmo passados mais de trinta anos, sua história não tenha sido esquecida.

Entre para o nosso bando e venha reviver esta viagem...
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